• Vida de Padre Oreste Benzi

SÍNTESE DA SUA VIDA

A formação e os primeiros anos de sacerdócio

1925
Padre Oreste Benzi nasceu no dia 07 de setembro em San Andrea in Casale, pequeno bairro da cidade de San Clemente (Itália), um bairro sobre as colinas da região Emilia Romagna a 20 km de Rimini. É o sexto de nove filhos, a sua é uma família muito pobre que vivia com os trabalhos precários do papai, operário e trabalhador agrícola.

1933
Aos 7 anos, quando estava na segunda série, após escutar sua professora Olga Baldani falar sobre a figura do sacerdote, decide no seu coração de se tornar padre.

1937
Aos 12 anos entra no seminário, antes em Urbino e depois em Rimini. Devido à guerra o seminário se transfere a Bologna e depois em Montefiore Conca (RN), onde termina os estudos teológicos.

1949
Quarta-feira, 29 de junho, festa dos Santos Pedro e Paulo, é ordenado sacerdote pelo bispo de Rimini, mons. Luigi Santa. Poucos dias depois, no dia 5 de julho, se torna capelão da paróquia de San Nicolò em Rimini, onde permanece por 16 meses, empenhando-se em particular com os jovens.

1950

Começa a ensinar no seminário e é nomeado vice-assistente da Juventude Católica de Rimini, da qual se torna assistente em 1952. Naqueles primeiros anos de atividade pastoral dedica-se em particular aos pré-adolescentes, impulsionado pela certeza que é naquela idade que se formam os valores definitivos da pessoa, com o objetivo que eles façam um “encontro simpático com Cristo”.

1954
Aos 29 anos torna-se diretor espiritual no seminário de Rimini para os jovens dos 12 aos 17 anos. Essa tarefa, que ele realizará até 1969, lhe dá a oportunidade de aprofundar seu conhecimento sobre a alma jovem.

1958

No dia 12 de abril funda a “Associação para a educação da juventude necessitada”, para dar status legal a todas as atividades iniciadas entre os jovens. Depois de várias experiências nas montanhas, chamadas “acampamentos”, com a autorização do bispo Monsenhor Emilio Biancheri, no dia 14 de agosto parte para os Estados Unidos juntamente com um seminarista, Filippo Di Grazia, em busca de fundos para construir uma casa de férias em Alba di Canazei (TN), convencido de que a bela paisagem das Dolomitas pode favorecer nos adolescentes e nos jovens o encontro com o infinito de Deus. Em novembro do mesmo ano partiu para uma segunda viagem, esta vez acompanhado por um padre, padre Sisto Ceccarini. Consegue coletar dinheiro suficiente para iniciar a construção da casa no terreno adquirido e, com a providência e muita loucura, chega à inauguração da Casa Madonna delle Vette em 1961.

1959

Começa a ensinar religião nas várias escolas de ensino médio em Rimini e Riccione. Nestes anos experimenta novas maneiras de aproximar os jovens ao encontro com Deus e com as situações concretas de pobreza que ele encontra.
Enquanto isso não para de estudar e de aprofundar, também junto com outros padres que se reúnem na chamada “Universidade de Spadarolo”, devido ao lugar onde se realizam, estimulado pela nova primavera da Igreja iniciada com o Concílio Vaticano II (1962 -1965).

A explosão do carisma: pároco e fundador

1968

Também para padre Oreste o ano 1968 representa um ano decisivo, de virada na sua vida. Encontra a realidade dos “espásticos”, pessoas com deficiências graves e gravíssimas, naquela época marginalizadas e escondidas das outras pessoas. Ele lança a proposta aos seus jovens e, em setembro parte o primeiro “acampamento espástico” em Madonna delle Vette, Alba di Canazei. A dirigi-lo é padre Elio Piccari, professor de religião nas escolas, com o lema: “Onde estamos nós, ali também eles”.

É a partir dessa primeira experiência de compartilha que nasce a Comunidade Papa João XXIII.  De fato, naquele ano, na presença do Bispo Biancheri, foram realizados os dois dias comunitários, foi o primeiro, no qual foram aprovadas as linhas de fundação e, três anos depois, no dia 13 de julho de 1971, se constitui formalmente a Associação para a Formação Religiosa dos Adolescentes Papa João XXIII. Padre Oreste foi indicado como Presidente. Ele permanecerá como Responsável Geral até sua morte.

Mas não há apenas o nascimento da comunidade. No dia 1º de setembro, padre Oreste torna-se pároco, realizando uma inovadora comunidade sacerdotal junto com outros três padres. É a nova paróquia “La Resurrezione”, na periferia de Rimini, na área denominada Grotta Rossa. Por esse motivo, em 1969 se conclui o seu cargo de diretor espiritual no seminário. Ele permanecerá pároco desse povo por 32 anos, até o ano 2000, ano em que deixa de ser pároco por ter completado 75 anos. Durante todos estes anos continuou viajando incansavelmente pelo mundo pelas atividades relacionadas à comunidade.

1973

Desde o início dos anos 70, a história pessoal de padre Oreste se entrelaça com aquela da Comunidade Papa João XXIII, por ele fundada, enquanto o carisma da Associação é cada vez mais especificado: seguir Jesus, pobre e servo, que compartilha diretamente a vida dos últimos. Foi justamente a escolha da compartilha direta que levou à abertura da primeira casa-família em Coriano (RN) no dia 3 de julho de 1973: a Casa Betania.

Para padre Oreste, a casa-família é a pupila dos olhos da comunidade: é “dar uma família a quem não a tem”. Nela, os membros da Associação escolhem de tornar-se pai e mãe de quem está na necessidade, vinculando a própria vida às deles como em uma família normal.

É o início de uma série de atualizações da mesma realidade que nasce pela escolha da compartilha direta com os novos pobres e empobrecidos que padre Oreste e a Comunidade encontram.

1978
Inicia a publicação de Sempre, a revista mensal oficial da Comunidade – depois dos primeiros números impressos como pró-manuscritos desde 1975 – com o objetivo de ser a voz daqueles que não têm voz, ou seja, dos marginalizados, denunciando as injustiças e divulgando aquele mundo novo que a compartilha da vida com os últimos é capaz de desenvolver. Ele permanece como editor da revista até sua morte, além de continuar colaborando com jornais e revistas locais e nacionais, mantendo também colunas semanais seguidas com interesse pelo público. É o sinal visível de como, ao lado da compartilha, é necessária toda uma ação destinada a remover as causas que geram injustiça.

1979

Entre as primeiras situações enfrentadas por padre Oreste e pela Comunidade tem a trágica realidade dos menores institucionalizados. Começa toda a ação de conscientização e sustento da guarda-familiar que alcançará em pouco tempo importância nacional, organizando importantes conferências anuais em Rimini e toda uma obra de conscientização na Itália. Juntamente com outras associações empenhadas sobre o tema, contribui para a promulgação da nova Lei 183/1984, sobre o direito de todo menor de ter uma família.

Sempre no final da década de 1970, a Comunidade está em primeira linha pelo reconhecimento do direito ao trabalho para pessoas com deficiências físicas e / ou mentais. Organiza manifestações, eventos, conferências e o início das primeiras experiências de trabalho para inserir pessoas desfavorecidas no mundo do trabalho, favorecendo o nascimento de cooperativas sociais. Sucessivamente, abre vários centros educacionais diurnos para sustentar as famílias na escolha de manter os próprios filhos no ambiente familiar, evitando assim sua institucionalização.

Foto de Riccardo Ghinelli

1980

Diante do drama da toxicodependência entre os jovens, respondendo a um direto pedido do bispo de Rimini, monsenhor Giovanni Locatelli, abre em Igea Marina (RN) a primeira comunidade terapêutica para toxicodependentes que nos anos sucessivos se multiplicaram em particular na Emilia Romagna. Ideando um original programa terapêutico baseado sempre sobre a compartilha direta dos coordenadores, tornando-se uma das vozes com mais autoridade a nível nacional sobre temas das dependências, agindo também a nível político para reafirmar o direito de cada pessoa a não se drogar.

1984
Do encontro com os presos, convencido que “o homem não é seu erro”, dá início à presença nas cadeias, com encontros e momentos de socialização e à abertura da primeira casa de pronta acolhida para adultos em Sant’Aquilina em Rimini, entregando-a à responsabilidade de padre Nevio Faitanini, sacerdote da Comunidade e capelão da prisão de Rimini.

Incansável apóstolo nas periferias existenciais do mundo

1986
Em 1981, a doutora Marilena Pesaresi de Rimini, pediu a padre Oreste ajuda com o hospital de leprosos que ela administrava em Mutemawa, em Zimbábue. Partem duas jovens moças da comunidade, Tina Bartolini e Irene Tonti, que permaneceram lá por nove meses. Em uma viagem à África em seguida a estes contatos, padre Oreste conhece monsenhor Denis De Jong, bispo de Ndola (Zâmbia) que, depois de visitar algumas casas-família na Itália, pede expressamente à Comunidade de abrir uma destas casas na sua diocese.

Em 24 de maio de 1986 é inaugurada a “Ndola a Holy family home for children”. É a primeira casa-família em terra missionária. Desde então, se multiplicarão suas viagens ao exterior, da África à América Latina até chegar aos cinco continentes, para abrir novas estruturas e novos projetos em missão e para visitar as realidades já iniciadas.

1987
“Há muitos pobres que nunca nos procurarão! Somos nós que devemos procurá-los. Se não vou procurá-los, não sou verdadeiro porque digo que são meus irmãos”. Assim, padre Oreste, do encontro com os sem-teto, que vai encontrar à noite pelas estradas, faz nascer a primeira “Cabana de Belém” nas colinas de Rimini, uma casa de acolhida em que membros da comunidade e voluntários vivem com as pessoas encontradas em lugares de mal-estar, nas estações ferroviárias ou na rua, oferecendo-lhes um caminho de mudança.

1990
Padre Oreste, um dos primeiros na Itália, inicia o seu empenho para libertar as mulheres vítimas do tráfico e obrigadas a se prostituir. Ativa em 1991 a presença de voluntários que vão nas ruas encontrar as mulheres estrangeiras escravizadas e os homossexuais que se prostituem, empenhando-se para libertar as novas “escravas” e denunciar o silêncio das instituições.

1991
Após anos de colaboração com vários jornais locais e nacionais, ele publica seu primeiro livro: “Con questa tonaca lisa”, uma longa entrevista editada pelo jornalista Valerio Lessi que tem como subtítulo: Entre os dramas e as violências da sociedade opulenta e as esperanças de uma Igreja cercada, que terá uma ampla repercussão e a publicação de novas edições atualizadas. Ao longo dos anos serão publicados muitos outros livros sobre temas urgentes da educação, das expectativas dos jovens, do drama das drogas, do encontro decisivo com Deus.
Multiplicam-se também as suas intervenções e a participação direta em vários programas televisivos, sendo agora um personagem público.

1992

Padre Oreste, que com a comunidade papa João XXIII foi uma das primeiras entidades afiliadas ao Ministério da Defesa podendo ter os objetores de consciência, enfrenta o drama da guerra: durante o conflito na ex-Iugoslávia, ele apoia a escolha de alguns objetores de consciência em serviço civil junto à comunidade de ir compartilhar a vida com aqueles que são obrigados a sofrer a violência dos conflitos: nasce a “Operação Pomba Branca”, corpo não violento de paz da Comunidade que tem o objetivo de criar pontes entre as partes em conflito e promover a reconciliação real. Ao longo dos anos a “Operação Pomba Branca” será empenhada em várias partes do mundo: Israel / Palestina, Chiapas, Colômbia, Líbano, Timor Leste, Albânia, Kosovo, Congo.

O selo a uma vida doada: «Tudo é graça!»

Foto de Riccardo Ghinelli

1998
Padre Oreste vê realizar-se um dos seus maiores sonhos. Depois de ter obtido o reconhecimento eclesial a nível diocesano para a Associação, tendo esta há muito tempo superado não só os confins diocesanos, mas também nacionais, no dia 7 de outubro a Comunidade Papa João XXIII  recebeu o Decreto de Reconhecimento (ad experimentum) do Pontifício Conselhos para os leigos como Associação internacional privada de fiéis de direito Pontifício.

1999
No dia 26 de março inicia a oração pela vida diante da clínica “Villa Assunta” de Rimini, como arma não violenta escolhida para combater uma das injustiças mais terríveis: o drama do aborto. No dia 12 de maio foi a vez do hospital S. Orsola di Bologna. Sexta-feira 17 de outubro organiza em Rimini uma grande manifestação que provoca polêmicas e consequências também política contra o prefeito Alberto Ravaioli que tinha participado à oração diante da clínica.

2002
Inicia o novo Serviço Anti-seitas ocultas, para libertas as muitas pessoas – sobretudo, adolescentes e mulheres – atraídas pelo mundo do oculto e das psico-seitas.

 2004
Padre Oreste dá vida à primeira “Comunidade educadora com os Carcerados” (CEC), uma casa de compartilha que dá a possibilidade aos presos de descontar a pena em modo alternativo e, sobretudo, de perseguir a “certeza da recuperação”.

No dia 25 de março do mesmo ano a Comunidade Papa João XXIII recebe da Santa Sé o Decreto de reconhecimento definitivo. É a maior alegria para padre Oreste que no dia 29 de novembro do ano sucessivo junto com toda a Comunidade encontra Papa João Paulo II na Sala Paulo Vl do Vaticano para uma Audiência especial, para manifestar a ele o reconhecimento pelo dom recebido.

2007

No dia 26 de setembro padre Oreste realiza um outro seu grande desejo: ir viver na Cabana de Belém de Rimini, definindo-se “mendigo entre os mendigos”.

Sexta-feira, 2 de novembro, dia da comemoração de todos os defuntos, entorno às 2 da madrugada, o seu grande coração para. No comentário da primeira leitura do dia publicado em Pão Quotidiano, profeticamente se lê: «No momento no qual fecharei os olhos a essa terra, as pessoas que estarão perto dirão: morreu. Na realidade é uma mentira. Morri para quem me vê, para quem está ali. As minhas mãos serão frias, os meus olhos não poderão mais ver, mas na realidade a morte não existe porque quando fecho os olhos a essa terra me abro ao infinito de Deus».

O funeral foi realizado no dia 5 de novembro: inicialmente seria na catedral de Rimini, mas foi celebrado na Feira de Rimini para permitir a todos os seus “pequenos” de dar-lhe a última saudação. Concelebraram 400 sacerdotes, 11 bispos e 4 cardeais. Participaram aproximadamente 10.000 pessoas.

A formação e os primeiros anos de sacerdócio

1925
Padre Oreste Benzi nasceu no dia 07 de setembro em San Andrea in Casale, pequeno bairro da cidade de San Clemente (Itália), um bairro sobre as colinas da região Emilia Romagna a 20 km de Rimini. É o sexto de nove filhos, a sua é uma família muito pobre que vivia com os trabalhos precários do papai, operário e trabalhador agrícola.

1933
Aos 7 anos, quando estava na segunda série, após escutar sua professora Olga Baldani falar sobre a figura do sacerdote, decide no seu coração de se tornar padre.

1937
Aos 12 anos entra no seminário, antes em Urbino e depois em Rimini. Devido à guerra o seminário se transfere a Bologna e depois em Montefiore Conca (RN), onde termina os estudos teológicos.

1949
Quarta-feira, 29 de junho, festa dos Santos Pedro e Paulo, é ordenado sacerdote pelo bispo de Rimini, mons. Luigi Santa. Poucos dias depois, no dia 5 de julho, se torna capelão da paróquia de San Nicolò em Rimini, onde permanece por 16 meses, empenhando-se em particular com os jovens.

1950

Começa a ensinar no seminário e é nomeado vice-assistente da Juventude Católica de Rimini, da qual se torna assistente em 1952. Naqueles primeiros anos de atividade pastoral dedica-se em particular aos pré-adolescentes, impulsionado pela certeza que é naquela idade que se formam os valores definitivos da pessoa, com o objetivo que eles façam um “encontro simpático com Cristo”.

1954
Aos 29 anos torna-se diretor espiritual no seminário de Rimini para os jovens dos 12 aos 17 anos. Essa tarefa, que ele realizará até 1969, lhe dá a oportunidade de aprofundar seu conhecimento sobre a alma jovem.

1958

No dia 12 de abril funda a “Associação para a educação da juventude necessitada”, para dar status legal a todas as atividades iniciadas entre os jovens. Depois de várias experiências nas montanhas, chamadas “acampamentos”, com a autorização do bispo Monsenhor Emilio Biancheri, no dia 14 de agosto parte para os Estados Unidos juntamente com um seminarista, Filippo Di Grazia, em busca de fundos para construir uma casa de férias em Alba di Canazei (TN), convencido de que a bela paisagem das Dolomitas pode favorecer nos adolescentes e nos jovens o encontro com o infinito de Deus. Em novembro do mesmo ano partiu para uma segunda viagem, esta vez acompanhado por um padre, padre Sisto Ceccarini. Consegue coletar dinheiro suficiente para iniciar a construção da casa no terreno adquirido e, com a providência e muita loucura, chega à inauguração da Casa Madonna delle Vette em 1961.

1959

Começa a ensinar religião nas várias escolas de ensino médio em Rimini e Riccione. Nestes anos experimenta novas maneiras de aproximar os jovens ao encontro com Deus e com as situações concretas de pobreza que ele encontra.
Enquanto isso não para de estudar e de aprofundar, também junto com outros padres que se reúnem na chamada “Universidade de Spadarolo”, devido ao lugar onde se realizam, estimulado pela nova primavera da Igreja iniciada com o Concílio Vaticano II (1962 -1965).

A explosão do carisma: pároco e fundador

1968

Também para padre Oreste o ano 1968 representa um ano decisivo, de virada na sua vida. Encontra a realidade dos “espásticos”, pessoas com deficiências graves e gravíssimas, naquela época marginalizadas e escondidas das outras pessoas. Ele lança a proposta aos seus jovens e, em setembro parte o primeiro “acampamento espástico” em Madonna delle Vette, Alba di Canazei. A dirigi-lo é padre Elio Piccari, professor de religião nas escolas, com o lema: “Onde estamos nós, ali também eles”.

É a partir dessa primeira experiência de compartilha que nasce a Comunidade Papa João XXIII.  De fato, naquele ano, na presença do Bispo Biancheri, foram realizados os dois dias comunitários, foi o primeiro, no qual foram aprovadas as linhas de fundação e, três anos depois, no dia 13 de julho de 1971, se constitui formalmente a Associação para a Formação Religiosa dos Adolescentes Papa João XXIII. Padre Oreste foi indicado como Presidente. Ele permanecerá como Responsável Geral até sua morte.

Mas não há apenas o nascimento da comunidade. No dia 1º de setembro, padre Oreste torna-se pároco, realizando uma inovadora comunidade sacerdotal junto com outros três padres. É a nova paróquia “La Resurrezione”, na periferia de Rimini, na área denominada Grotta Rossa. Por esse motivo, em 1969 se conclui o seu cargo de diretor espiritual no seminário. Ele permanecerá pároco desse povo por 32 anos, até o ano 2000, ano em que deixa de ser pároco por ter completado 75 anos. Durante todos estes anos continuou viajando incansavelmente pelo mundo pelas atividades relacionadas à comunidade.

1973

Desde o início dos anos 70, a história pessoal de padre Oreste se entrelaça com aquela da Comunidade Papa João XXIII, por ele fundada, enquanto o carisma da Associação é cada vez mais especificado: seguir Jesus, pobre e servo, que compartilha diretamente a vida dos últimos. Foi justamente a escolha da compartilha direta que levou à abertura da primeira casa-família em Coriano (RN) no dia 3 de julho de 1973: a Casa Betania.

Para padre Oreste, a casa-família é a pupila dos olhos da comunidade: é “dar uma família a quem não a tem”. Nela, os membros da Associação escolhem de tornar-se pai e mãe de quem está na necessidade, vinculando a própria vida às deles como em uma família normal.

É o início de uma série de atualizações da mesma realidade que nasce pela escolha da compartilha direta com os novos pobres e empobrecidos que padre Oreste e a Comunidade encontram.

1978
Inicia a publicação de Sempre, a revista mensal oficial da Comunidade – depois dos primeiros números impressos como pró-manuscritos desde 1975 – com o objetivo de ser a voz daqueles que não têm voz, ou seja, dos marginalizados, denunciando as injustiças e divulgando aquele mundo novo que a compartilha da vida com os últimos é capaz de desenvolver. Ele permanece como editor da revista até sua morte, além de continuar colaborando com jornais e revistas locais e nacionais, mantendo também colunas semanais seguidas com interesse pelo público. É o sinal visível de como, ao lado da compartilha, é necessária toda uma ação destinada a remover as causas que geram injustiça.

1979

Entre as primeiras situações enfrentadas por padre Oreste e pela Comunidade tem a trágica realidade dos menores institucionalizados. Começa toda a ação de conscientização e sustento da guarda-familiar que alcançará em pouco tempo importância nacional, organizando importantes conferências anuais em Rimini e toda uma obra de conscientização na Itália. Juntamente com outras associações empenhadas sobre o tema, contribui para a promulgação da nova Lei 183/1984, sobre o direito de todo menor de ter uma família.

Sempre no final da década de 1970, a Comunidade está em primeira linha pelo reconhecimento do direito ao trabalho para pessoas com deficiências físicas e / ou mentais. Organiza manifestações, eventos, conferências e o início das primeiras experiências de trabalho para inserir pessoas desfavorecidas no mundo do trabalho, favorecendo o nascimento de cooperativas sociais. Sucessivamente, abre vários centros educacionais diurnos para sustentar as famílias na escolha de manter os próprios filhos no ambiente familiar, evitando assim sua institucionalização.

1980

Diante do drama da toxicodependência entre os jovens, respondendo a um direto pedido do bispo de Rimini, monsenhor Giovanni Locatelli, abre em Igea Marina (RN) a primeira comunidade terapêutica para toxicodependentes que nos anos sucessivos se multiplicaram em particular na Emilia Romagna. Ideando um original programa terapêutico baseado sempre sobre a compartilha direta dos coordenadores, tornando-se uma das vozes com mais autoridade a nível nacional sobre temas das dependências, agindo também a nível político para reafirmar o direito de cada pessoa a não se drogar.

1984
Do encontro com os presos, convencido que “o homem não é seu erro”, dá início à presença nas cadeias, com encontros e momentos de socialização e à abertura da primeira casa de pronta acolhida para adultos em Sant’Aquilina em Rimini, entregando-a à responsabilidade de padre Nevio Faitanini, sacerdote da Comunidade e capelão da prisão de Rimini.

Incansável apóstolo nas periferias existenciais do mundo

1986
Em 1981, a doutora Marilena Pesaresi de Rimini, pediu a padre Oreste ajuda com o hospital de leprosos que ela administrava em Mutemawa, em Zimbábue. Partem duas jovens moças da comunidade, Tina Bartolini e Irene Tonti, que permaneceram lá por nove meses. Em uma viagem à África em seguida a estes contatos, padre Oreste conhece monsenhor Denis De Jong, bispo de Ndola (Zâmbia) que, depois de visitar algumas casas-família na Itália, pede expressamente à Comunidade de abrir uma destas casas na sua diocese.

Em 24 de maio de 1986 é inaugurada a “Ndola a Holy family home for children”. É a primeira casa-família em terra missionária. Desde então, se multiplicarão suas viagens ao exterior, da África à América Latina até chegar aos cinco continentes, para abrir novas estruturas e novos projetos em missão e para visitar as realidades já iniciadas.

1987
“Há muitos pobres que nunca nos procurarão! Somos nós que devemos procurá-los. Se não vou procurá-los, não sou verdadeiro porque digo que são meus irmãos”. Assim, padre Oreste, do encontro com os sem-teto, que vai encontrar à noite pelas estradas, faz nascer a primeira “Cabana de Belém” nas colinas de Rimini, uma casa de acolhida em que membros da comunidade e voluntários vivem com as pessoas encontradas em lugares de mal-estar, nas estações ferroviárias ou na rua, oferecendo-lhes um caminho de mudança.

1990
Padre Oreste, um dos primeiros na Itália, inicia o seu empenho para libertar as mulheres vítimas do tráfico e obrigadas a se prostituir. Ativa em 1991 a presença de voluntários que vão nas ruas encontrar as mulheres estrangeiras escravizadas e os homossexuais que se prostituem, empenhando-se para libertar as novas “escravas” e denunciar o silêncio das instituições.

1991
Após anos de colaboração com vários jornais locais e nacionais, ele publica seu primeiro livro: “Con questa tonaca lisa”, uma longa entrevista editada pelo jornalista Valerio Lessi que tem como subtítulo: Entre os dramas e as violências da sociedade opulenta e as esperanças de uma Igreja cercada, que terá uma ampla repercussão e a publicação de novas edições atualizadas. Ao longo dos anos serão publicados muitos outros livros sobre temas urgentes da educação, das expectativas dos jovens, do drama das drogas, do encontro decisivo com Deus.
Multiplicam-se também as suas intervenções e a participação direta em vários programas televisivos, sendo agora um personagem público.

1992

Padre Oreste, que com a comunidade papa João XXIII foi uma das primeiras entidades afiliadas ao Ministério da Defesa podendo ter os objetores de consciência, enfrenta o drama da guerra: durante o conflito na ex-Iugoslávia, ele apoia a escolha de alguns objetores de consciência em serviço civil junto à comunidade de ir compartilhar a vida com aqueles que são obrigados a sofrer a violência dos conflitos: nasce a “Operação Pomba Branca”, corpo não violento de paz da Comunidade que tem o objetivo de criar pontes entre as partes em conflito e promover a reconciliação real. Ao longo dos anos a “Operação Pomba Branca” será empenhada em várias partes do mundo: Israel / Palestina, Chiapas, Colômbia, Líbano, Timor Leste, Albânia, Kosovo, Congo.

O selo a uma vida doada: «Tudo é graça!»

1998
Padre Oreste vê realizar-se um dos seus maiores sonhos. Depois de ter obtido o reconhecimento eclesial a nível diocesano para a Associação, tendo esta há muito tempo superado não só os confins diocesanos, mas também nacionais, no dia 7 de outubro a Comunidade Papa João XXIII  recebeu o Decreto de Reconhecimento (ad experimentum) do Pontifício Conselhos para os leigos como Associação internacional privada de fiéis de direito Pontifício.

1999
No dia 26 de março inicia a oração pela vida diante da clínica “Villa Assunta” de Rimini, como arma não violenta escolhida para combater uma das injustiças mais terríveis: o drama do aborto. No dia 12 de maio foi a vez do hospital S. Orsola di Bologna. Sexta-feira 17 de outubro organiza em Rimini uma grande manifestação que provoca polêmicas e consequências também política contra o prefeito Alberto Ravaioli que tinha participado à oração diante da clínica.

2002
Inicia o novo Serviço Anti-seitas ocultas, para libertas as muitas pessoas – sobretudo, adolescentes e mulheres – atraídas pelo mundo do oculto e das psico-seitas.

 2004
Padre Oreste dá vida à primeira “Comunidade educadora com os Carcerados” (CEC), uma casa de compartilha que dá a possibilidade aos presos de descontar a pena em modo alternativo e, sobretudo, de perseguir a “certeza da recuperação”.

No dia 25 de março do mesmo ano a Comunidade Papa João XXIII recebe da Santa Sé o Decreto de reconhecimento definitivo. É a maior alegria para padre Oreste que no dia 29 de novembro do ano sucessivo junto com toda a Comunidade encontra Papa João Paulo II na Sala Paulo Vl do Vaticano para uma Audiência especial, para manifestar a ele o reconhecimento pelo dom recebido.

2007

No dia 26 de setembro padre Oreste realiza um outro seu grande desejo: ir viver na Cabana de Belém de Rimini, definindo-se “mendigo entre os mendigos”.

Sexta-feira, 2 de novembro, dia da comemoração de todos os defuntos, entorno às 2 da madrugada, o seu grande coração para. No comentário da primeira leitura do dia publicado em Pão Quotidiano, profeticamente se lê: «No momento no qual fecharei os olhos a essa terra, as pessoas que estarão perto dirão: morreu. Na realidade é uma mentira. Morri para quem me vê, para quem está ali. As minhas mãos serão frias, os meus olhos não poderão mais ver, mas na realidade a morte não existe porque quando fecho os olhos a essa terra me abro ao infinito de Deus».

O funeral foi realizado no dia 5 de novembro: inicialmente seria na catedral de Rimini, mas foi celebrado na Feira de Rimini para permitir a todos os seus “pequenos” de dar-lhe a última saudação. Concelebraram 400 sacerdotes, 11 bispos e 4 cardeais. Participaram aproximadamente 10.000 pessoas.

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